Famílias com crianças doentes passam por momentos muito delicados e de maneiras diferentes. Além de se preocupar com o enfermo, precisam dar muita atenção às crianças saudáveis, que podem esconder suas próprias emoções, suprimindo suas necessidades, porque ela percebe a concentração em cuidar do irmão/da irmã doente.
A criança ainda não tem formação o suficiente para entender diversas coisas, por isso é muito provável que ela entenda que precisa calar suas demandas emocionais já que a família vem passando por muita coisa.
A Antoinette Deavin, da Lancaster University, do Reino Unido, conduziu um estudo com famílias que passavam por este período conturbado e percebeu que quando os irmãos/as irmãs saudáveis descreviam uma unidade familiar de forma coesa, onde todos colaboravam com os cuidados da criança doente, eles tinham uma tendência em descrever vínculos que aproximavam a família.
Já as crianças saudáveis que eram colocadas fora dessa bolha (muitas vezes por até mesmo proteção dos pais), tendo informações sobre a doença do irmão/da irmã omitidas ou sendo proibidos de dar cuidado ou apoio ao enfermo/à enferma, tendiam a devolver esse silêncio dos pais com a repressão da própria conturbação emocional. Elas tinham medo de sobrecarregar ou irritar os pais.
É por isso que o ideal é que o tratamento psicológico da criança com doença crônica seja centrado na família (e não nela), considerando o amparo não somente dos pais, mas também dos outros filhos.
Thaísa Cavalcanti | CRP 01/22276
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